terça-feira, março 10, 2009

Capítulo 4

Spoiler Warning!

Quarto capítulo =)
Por algum motivo, meus quartos capítulos são bem diferentes dos demais, e são eles que colocam o tom e o ritmo do livro ao resto do enredo. Eu realmente não entendo o motivo de levar quatro divisões para tanto, mas é um fenômeno empírito e fático. Meramente constato-o.

Sem mais delongas, vamos aos capítulos! =D

Elementals: capítulo 4 (Chacina)
Ah sim, esse é um capítulo bem diferente de todo o livro o_O

Eu sei que eu disse que o capítulo 4 sempre coloca o ritmo e tals, mas esse em especial tem um clima completamente diferente, e há uma razão, mas daremos a mesma mais tarde.

Esse capítulo em especial tem um toque muito irônico e sarcástico, apelando até mesmo ao humor negro diversas vezes ao longo de seu desenvolvimento. E quando eu digo humor negro, devo mencionar aquele beeem escuro mesmo.
Mortes e sangue, tanto de homens quanto de crianças acontecem ao longo do capítulo e são tratados como meio de entretenimento e mostrados como uma rota inexorável da existência dos personagens. E de certa forma, podemos dizer que eles possuem mesmo uma necessidade psicopata irrefreável.
Eu gosto de pensar que todos os metros cúbicos de fluído vital despendidos ao longo da narrativa desse trecho é meramente caricata... >__>

Claro, qual é a grande novidade, né? o_o
Afinal, eles andam matando um punhado de gente ao longo do livro. Claro, não na mesma quantidade, mas ainda assim é significativa. O destaque é especial a abordagem da matança dessa vez, na égide do time um, claro. O time dois matou simplesmente porque estavam lá e se sentiam meio frustrados.

Venempo e Contir eram duas cidades inimigas. Inimigas ao ponto de ficarem doentias e orgulhosas demais. Eles contruíram toda sua cultura e hábitos sobre essa rivalidade incabida, ou ao menos pequena demais para justificar todo o esforço. Chegaram ao ponto de viver justamente para que um se mostrasse maior que o outro. Não tinham mais vida própria, mas sim uma vida interdependente baseada no ódio.
Viviam numa realidade podre e doentia.
E, assim que um deles havia sido completamente eliminados, os outros -- vencedores, portanto -- comemoraram. Brindaram a chacina e trataram os assassinos seriais como senhores, colocando ainda mais a evidência de sua decadência.
(e, no capítulo seguinte se tornará claro que, sem um inimigo a combater ideologicamente, o líder acabou por se perder e agir de forma corrupta, uma vez que o propósito de sua existência não mais encontrava-se ali)

Não apenas isso, mas quando escrevi esse capítulo em especial, tinha terminado de ler um dos melhores livros que já coloquei as mãos. O Guia do Mochileiro das Galáxias. E estava bem embebedado no estilo escrachado do autor de escrever.
Por conta disso, todo o capítulo foi escrito numa mistura de Elementals com um estilo humorístico, pendendo, portanto, a algo extremamente negro e subversivo. Esqueça as piadinhas escolares mamão-com-açúcar de Werdil, aqui a coisa está em rir do sangue jorrando.

Mais tarde, eu me recurepo e volto ao meu estilo no capítulo 5.

Geração: capítulo 4 (Praia de Dunas)
Que entre Átila! =D

Depois de três capítulos explorando o lados da história e dando tempo pro leitor se acostumar com a floresta, é hora de apresentar aquele que vai causar todos os problemas daqui pra frente. Não apenas isso, mas agora que todos possuem algum contorno dos personagens, podemos tratar de alguns deles mais a fundo.

A Praia de Dunas é uma das minhas localidades favoritas, por algum motivo. É uma das que comporta melhor o clima estranho e fantástico da floresta. O meu segundo favorito é o Maquinário, por ser justamente um pouco mais macabro e bizarro, mas ainda sem perder a carga de fantasia e deslumbre.
(sim, minha escrita sempre dá adjetivos aos pares... estranho, não? x__o)
Sempre que imagino o lugar, imagino as palmeiras tortas com sombras indo pra lados diferentes XD

Resolvi explorar Güil uma última vez antes do desaparecimento completo dele, também. Pobre coitado, é um personagem chave e aparece tão pouco =/
Mas também, é o portador dos eventos importantes. Tanto que sua segunda conversa de Nick é cheio de significado. Partes do diálogo entre eles continua sem resposta até o ponto presente do enredo.

Tratamos do passado de Alexandre também. Um passado que revolve em torno da negação e da completa repulsa. Embora são seja exatamente trágico ao ponto do sofrimento físico, é bastante sofrível no sentido dele ter perdido algo que todos os demais possuem e tratam como algo comum.
Por esse motivo, sua busca por vínculos e laços é bastante pronunciada ao longo da história. Nenhum outro personagem apareceu buscando tanto por amor ou pelo menos algum valor de reconhecimento do que ele. Fora que é importante deixar em aberto a questão de seus pais.
D'oh.

A primeira aparição dos tutekans e de um Guardião veterano em ação.
É claro que eles foram pegos desprevenidos e estavam lutando na água, sendo que têm desvantagem nesse meio. Então é mais do que normal eles levarem um surra fenomenal no primeiro encontro. Do mesmo modo, o Nick tava morrendo de medo do tutekan de faixas vermelhas e não tava querendo lutar, então se ferrou mesmo.
Deste modo, não foi nada muito impressionante o Sorvete ter derrubado todos eles sem muito esforço. Eles farão isso diversas vezes mais tarde ;D

A coisa importante mesmo tá com o Leon. Não na cena bobinha dele conversando com o Konolos e recebendo o novo nome. Aquilo lá é tão sem objetivo que parece que eu tô só criando uma digressão besta. Mas a aparição deles mais tarde no final do capítulo.
Mostrar todos os Escolhidos, bem como as Maldições de cada um, para que os leitores já comecem a criar algumas ligações entre Leon e Tiago, mas mais importante: mostrar que Átila também era quem eles procuraram mais tarde.
A história oficialmente começou =)

Devassa: capítulo 4 (Realidade destroçada)
Bem, e vocês pensando que seria um capítulo voltado à pancadaria, hã?
Mas antes de nos aprofundarmos, uma nota:
http://letras.terra.com.br/offspring/1217125/

Sim, os versos iniciais correspondem a dois dos versos da música. E essa é uma proposta que eu tomei para alguns capítulos do livro em especial.
Bem, todo dia antes de dormir eu começo a divagar e voar, e sempre acompanhado de música. E não é muito surpreendente o fato de começar a imaginar os capítulos seguindo o ritmo das músicas. Pois dessa vez resolvi fazer ao contrário. Alguns dos capítulos seguirão as minhas músicas favoritas.
E, se você for ver a letra de Half-Truism, dá pra enxergar os contornos do capítulo.
A música traz um mundo se despedaçando, as certezas acabando e as dores aumentando cada vez mais. A batida que começa vagarosa e fica pesada, ganhando uns tons meio melosos no meio do caminho, mas sempre no mesmo passo acelerado.
Desespero, em suma.

Alexandre correndo atrás de Ana, enquanto reza para que ela não descubra de nada. Cavalo e Búfalo procurando pelo novo animal que eles temem ter sido criado. Bruno que não vai desisitr de correr atrás de Dária. Gustavo que quer desesperadamente matar Cavalo. Nick que vê seu amigo lentamente se quebrar a insanidade. Átila que vai brincando com a mente alheia. Os novos adultos que parecem ideologicamente bonzinhos demais para servirem ao "avatar da maldade" no qual o Átila se transformou. E, por último, Leão, que resolve por recusar seu fardo de formar a nova tríade capaz de acabar com tudo aquilo.
Eu realmente penso que a música e o capítulo mergem muito bem =)

Agora, um dos pontos que me desafiaram incrivelmente: o texto de Ricardo.
Eu tenho um estilo de escrita próprio. Até onde consigo me definir, sou meio formal e detalhista. Adoro deixar algumas reticências aqui e ali e criar alguns misleadings. Além, é claro, do meu sarcasmo inerente. As frases finais de moral que eu sempre ponho e comparações também fazem parte do estilo. No entanto, o Ricardo não sou eu. Pelo contrário, ele é o melhor escritor do mundo x__o
Tentei evitar um estilo diferente do meu, algo mais trágico, mais intimista e contrastante. Um estilo que, mesmo através das palavras simples, conseguisse trazer algo mais profundo.
E acho que não consegui... x___x"

Ah sim, como era de se esperar, é a partir daqui que todo o livro vai se desenrolar. Com os três novos humanos, os tutekans que foram fatalmente criados e a insistência de Tiago e Alexandre de evitar seus destinos, Devassa vai ganhando cores lentamente.
Fora isso, há uma inversão de papéis entre Tiago e Nick. Aquele ficou o livro inteiro achando que havia algo de errado com sua cabeça, por conta das vozes. Agora, Nick acha que há algo de errado com a floresta. Talvez ele não demore um livro inteiro para descobrir, afinal, ele é o cara especial, né? XDD

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Anotações do Nícolas referentes aos capítulos 4:

Elementals:
3. Contir
- Treinamento (que nome feio pra chacina, hã? XD)

Geração:
- Resultados de Nick
- Reunião com Sabiá: problemas
- Tarefa de Eric
- Luís: encontro com Stier e Hest (guardei pra bem depois >_>)
- Chegada à praia: Güil e Alexandre
- Aparição de tutekans: busca de informações (hã? XD)
- Leon: busca por Átila
- Volta a Rotuvale: carta dos Guardiões à família (guardei pra abertura do próximo seguinte)

Devassa:
- Stier: conhecimento de Lumna e ensinamentos
- Nick vê criaturas estranhas na floresta
- Resgate dos Guardiões: morte de Iago e intervenção dos animais
- Ohan é deixado com Alexandre para vigiar
= novo encontro e oferta de Átila

4 comentários:

Diogo disse...

Quanto a Elementals, eu achei que o capítulo do massacre foi muito interessante em alguns aspectos e ruins em outros. Achei a descrição de como as pessoas foram mortas, as maneiras que os usuários de denuo empregaram para matá-los ficou bastante legal e bem escrita. E também gostei de como o povo arrogante e cego foi mostrado. Mas, na minha opinião, a atmosfera da batalha me pareceu tão distante, pareceu algo descrito por um historiador cínico e distanciado que não dá muita relevância à coisa.

Eu me pergunto: o time não sabia disso? Não sabiam que adiante haveria outro lugar para descansarem? Eles não poderiam ter comprado o mais rapidamente possível mantimentos e avançarem para dormir em qualquer outro lugar?
E, sob outro foco, por que as pessoas continuaram a atacar se viam que era fútil? Falta de instinto de preservação? Pensando bem, até que a batalha não foi tão difícil assim. Só pareceu bem longa e cansativa.

Diogo disse...

A Praia de Dunas (não foi você quem dizia que o Dênis tinha mania de usar letras maiúsculas demais?)? É mesmo um lugar favorito diferente. Mas por que estranho?

Bem... para um personagem tão legal, o Güil realmente morreu bem cedo. Na minha opinião, as personagens mais misteriosas (Konolos, ele, Iago) estão morrendo logo porque deve ser um saco imaginar um diálogo interessante para eles. XP

Diogo disse...

Então, o Alexandre é fruto de um estupro, e a mãe dele e do Nick mandou-no para um orfanato? Saber disso torna as coisas ainda mais pesadas.
Mas, por outro lado, é estranho que a "princesa Átila" tenha simplesmente deixado-no no orfanato e ponto. Para alguém que submeteu sages à sua vontade, provocou mudanças gigantescas no mundo, essa atitude foi bem cretina. Ele parece alternar momentos de extrema eficiência com movimentos de dar pena.

*Sorvete wins! Flawless victory!* XD

As Maldições não foram muito exploradas mais tarde, não é?

Diogo disse...

Realmente, o capítulo de Devassa ficou bem agitado, embora não tenha tido muitas lutas. Novos adultos... espero que eles sobrevivam bastante tempo.
Por que o Tiago recusou a oferta? Não entendi muito bem.

Bem, o texto "dele" de fato ficou um bocado diferente. Para mim, pareceu poesia com uma métrica um pouco original. Esse seu mundo gosta de eleger os melhores, hein? O homem mais forte do mundo; o maior escritor do mundo; Aeternia, o maior tesouro do mundo. XP